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Foto do escritorTeresa Gomes

Como (não) julgar o vinho pelo rótulo - Parte 2


Neste momento já sabes o quanto a “razão” da qualidade afecta a escolha de um vinho em vez do outro no momento da compra, seja no supermercado ou numa loja.

Hoje, à mesma com base em ambos os estudos realizados em 2020, irei abordar as outras duas “razões” que damos a nós mesmos no acto da compra - confiança e preço.





O preço é a única razão que é mesurável e talvez o factor decisor, contudo já lá vamos. Lembra-te mais uma vez que nós compramos pela emoção e justificamos pela razão.


Não considerando o empregado no estabelecimento, como possível elemento de criação de confiança, através de sugestões passadas que foram de encontro ao teu palato, estou sim a falar da confiança que sentes em relação à marca do vinho, ou mesmo ao produtor não importa que vinho ele produza.


Devido à pandemia, não te estás a demorar tanto a fazer compras e terás a tendência em comprar aquilo que já conheces e em que confias sem ter que ler rótulos, ingredientes, tabelas nutricionais, etc. Além que com menos idas ao supermercado tens a necessidade de comprar maiores quantidades.


Jogando pelo seguro, o consumidor de vinhos segundo os estudos realizados nos EUA e Reuni Unido está a comprar mais vinho de produtores que considera fiáveis e seguros e pouco dado a novas aventuras vínicas. Se antes, vinhos estrangeiros faziam parte do leque de opções, hoje já não tanto. Além que hoje certamente tu também preferes comprar local e de origem nacional.


Por outro lado, com a criação de lojas online para venda directa de vinhos, os produtores de vinhos Portugueses estão hoje, mais do que nunca, mais próximos do cliente final. Correndo tudo bem, com pagamentos, entregas e sem garrafas partidas, eles estão a criar laços mais fortes com os apreciadores de seus vinhos, algo que uma campanha publicitária ou uma acção de activação de marca, não faria com resultados tão duradouros no subconsciente.


Este é um campo fértil para pequenos produtores de vinhos, além de posicionamento, ganharem confiança, se conseguirem criar ligações emocionais com os clientes.


Um cliente satisfeito terá três vezes mais predisposição para falar bem do vinho. E tu, provavelmente fazes parte dos 92% de pessoas que confiam na recomendação dada por um amigo.

Quanto ao preço? Sim, o vinho Português é barato! Demasiado barato.

A quantidade de vinhos que há a baixo preço nos supermercados em Portugal, eu diria a menos de 6€... a maioria tem qualidade reconhecida e muitas das vezes premiada em concursos, colheita após colheita.


No campo dos vinhos, em Portugal, não precisas comprar “caro” para teres a qualidade assegurada.

O que também tem o seu reverso, pois muitos vinhos vêm a sua qualidade questionada pelo consumidor até este o beber.


Segundo ambos os estudos, no fim não é a garrafa de vinho com o rótulo mais bonito que vai influenciar a decisão do consumidor é quanto dinheiro ele tem no bolso.

E mais uma vez, numa realidade de supermercado são os grandes produtores que mais oferecem bons vinhos a preços que não te levam a pensar muito.


Segundo dados do Instituto da Vinho e do Vinho, os Portugueses entre Janeiro e Setembro de 2020, deram uma média de 3.45€ por cada garrafa de vinho tranquilo (branco/rosé/tinto) comprada em supermercados.

Em conclusão, sem tirar valor e prestigio ao rotulo de uma garrafa de vinho (tema para outro artigo no futuro) há outras razões que nos levam a comprar aquele vinho. De forma mais conscientemente (preço) ou nem tanto (qualidade e confiança) conheças ou não o produtor ou o vinho.


Se és mulher ou homem outros variantes entram nesta equação, porém por hoje é tudo.

A minha recomendação é sempre que for possível, sai da tua zona de conforto, seja uma região, casta ou produtor favorito e aventura-te há todo um mundo vínico para conhecer e beber.


Boas compras e boas provas!


Já agora, quais são os motivos pelos quais compras uma garrafa de vinho em vez de outra? Comenta em baixo.



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