Se ainda não planeou as suas férias ou precisa de fazer uma pausa que inclua contacto com a natureza, tardes passadas na piscina e jantares com vinhos memoráveis, aceite as recomendações que tenho para si.
Cada vez há mais produtores de vinho a abrir as portas da adega a visitantes. E alguns não ficam por aqui, oferecem igualmente a possibilidade de tomarmos uma refeição no seu restaurante, alguns com Chefs conceituados e também pernoitarmos em alojamentos de sonho.
e.no.tu.ris.mo substantivo masculino
Tipo de turismo em espaço rural ligado à produção de vinho, que permite aos turistas o acompanhamento e conhecimento das atividades vinícolas e/ou participação nas mesmas
A convite passei pela Quinta do Ameal em Refoios (Ponte de Lima) e mais a Sul visitei e pernoitei na Torre de Palma em Monforte, no Alentejo. São duas opções bastante distintas pela dimensão e envolvência das propriedades que vão com certeza apelar ao seu lado mais desportivo ou epicurista. Comecemos a Norte.
Quinta do Ameal
Distâncias: 15 minutos de Ponte de Lima; 1h do Porto; 3h40 de Lisboa
A Herdade do Esporão, em Reguengos de Monsaraz (Alentejo), foi o primeiro empreendimento de Enoturismo a ser certificado em Portugal (1997). Com a aquisição da Quinta dos Murças e Quinta do Ameal a Esporão alargou a oferta enoturistica às regiões, respectivamente, do Douro e Vinho Verde.
A Quinta do Ameal, situada em Refoios no vale do rio Lima, tem 30 hectares e 800 metros de margem de rio. Registos de 1710 confirmam a existência da Quinta do Ameal, hoje sinonimo de vinhos da casta Loureiro. Vinhos singulares, com carácter e capacidade de evolução que reflectem as diferentes expressões da casta loureiro proveniente dos 14 hectares de vinha.
“O Enoturismo da Quinta do Ameal é um refúgio e o ponto de partida para descobrir o Vale do Lima e a casta Loureiro”
Este é o destino para quem procura privacidade, conforto, um conjunto de experiências em harmonia com a natureza. Passeios guiados de Kayak no rio, passeios de bicicleta e River Trekking pela ecovia do rio Lima. Ou simplesmente descansar e aproveitar o silêncio da natureza… de preferência à beira da piscina com um copo de Ameal Loureiro na mão!
Nas horas de maior calor, dirija-se ao portão junto à adega e à sombra das árvores faça uma caminhada ao lado do rio Lima.
A oferta gastronómica na região é variada, porém, caso prefira ficar pelo alojamento (a Casa da Vinha com o seu pátio privado é a minha preferida) peça take away num dos restaurantes regionais na vizinhança e compre o vinho na loja da quinta.
Caso os seus planos sejam só de visita à Quinta do Ameal, após passear pelas vinhas e visitar a nova adega (inaugurada em 2021) vai poder apreciar in loco a gama composta pelos quatro vinhos ou fazer uma prova singular de colheitas antigas. Reserve directamente aqui Quinta do Ameal.
É preciso dormir na quinta para fazer enoturismo?
Fiz a minha primeira formação em enoturismo em 2005 e desde então que acompanho a evolução no mercado nacional e internacional. Constato que o enoturismo tem demonstrado ser relevante para o desenvolvimento, valorização e promoção dos territórios Portugueses. Permitindo a fixação de pessoas em zonas rurais e aumentando o negócio de estabelecimentos comerciais, de restauração e serviços locais.
Todavia existem algumas dúvidas sobre o que é enoturismo e tanto as oiço do lado do turista como vindas do produtor de vinhos, assim antes de avançarmos é importante deixar claro:
1) Uma visita a uma adega, vinha ou fazer uma prova de vinhos no local de produção é considerado fazer enoturismo. Não implica necessariamente dormir no local;
2) Não precisa de saber muito de vinho ou sequer gostar de beber vinho! Será provavelmente uma forma de ficar a saber mais, ou até de passar a gostar. Mesmo que isso não esteja nos seus planos, a envolvência cultural e histórica das quintas produtoras de vinho, o contacto com a natureza, as pessoas e a oferta gastronómica serão factores acredito que suficientes para se juntar a um passeio enoturístico.
3) Fazer uma refeição num restaurante, ou ficar alojado num hotel ambos inseridos numa quinta produtora de vinhos não exige uma grande despesa. O único risco é o de ir beber bons vinhos!
Dois Verões a fazermos férias no próprio país levou os Portugueses à descoberta e ao contacto com vários produtores de vinho. Visitamos vinhas e adegas, provamos os vinhos e em alguns casos almoçamos na quinta e até pernoitamos. No final, de regresso a casa trouxemos uma garrafa ou caixa de vinho connosco para matar saudades.
Embora seja um turismo temático não tem de visitar adegas ou beber vinho de manhã à noite para se dizer enoturista. Pode escolher como complemento a um passeio de fim de semana ou de um dia. Ou então fazer um desvio na autoestrada para visitar uma adega e provar os seus vinhos, mesmo que já a caminho de casa no regresso de uma viagem. Tudo isto é enoturismo.
E lembre-se que todo o território de Portugal Continental tem vinhas, por isso facilmente encontrará uma quinta com portas abertas para o receber.
Torre de Palma
Distâncias: 10 minutos de Monforte; 30 minutos de Estremoz; 1 h de Évora; 2h de Lisboa
O nome Torre de Palma Wine Hotel não deixa dúvidas. O hotel de cinco estrelas do casal Ana Isabel Rebelo e Paulo Barradas Rebelo nasce em 2014 numa herdade que remonta ao ano de 1338 e cujo restauro dos edifícios, incluindo a torre, preservam os primórdios da sua história.
“Inspirado no modo de vida da distinta família Basilii (antigos habitantes das vizinhas ruínas romanas de Torre de Palma) e nas tradições alentejanas.”
São sete os hectares de vinha, um para cada casta (Alvarinho, Antão Vaz, Arinto, Alicante Bouschet, Aragonez, Tinta Miuda, Touriga Nacional). A adega boutique é composta por uma sala de barricas, sala de provas e zona de produção. É possível fazer provas de vinhos, incluindo de amostra de barricas e provas cegas além, de outras.
Caso viaje com crianças, em alternativa, elas podem fazer uma caça ao tesouro, um workshop de gastronomia ou ajudar a escovar os cavalos e alimentá-los, seguido de um pequeno passeio no picadeiro. Torre de Palma tem um centro equestre com cavalos da raça Lusitano. Andar de charrete, ter aulas de volteio e passear a cavalo são outras das experiências possíveis.
Não faça como eu, lembre-se de colocar na mala o fato de banho e desta forma poderá optar pela piscina exterior ou a interior, inserida no SPA.
Sem necessidade de equipamento, o que vai ter mesmo de fazer no final do dia é subir à Torre e apreciar um grandioso pôr do sol com uma vista de 360º sobre a planície alentejana.
A seguir desça, atravesse o pátio e jante no restaurante Palma (Premio APENO Melhor Restaurante 2022) onde poderá harmonizar, por exemplo, o vinho tinto de Alicante Bouschet e Tinta Miúda com Presa de porco de raça Alentejana a baixa temperatura com migas de espargos verdes, criação de Miguel Laffan, o Chef executivo residente de Torre de Palma.
O Enoturismo é uma tendência que veio para ficar! Inclua nas suas férias uma visita a um destes produtores de vinho, ou outros.
Caso esteja por Lisboa pode há mesma deliciar-se com os melhores vinhos Portugueses e gastronomia. Venha daí fazer um passeio a pé enogastronómico comigo! Contacte-me AQUI.
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