Há quem diga que o vinho rosé não é vinho. Ou que são vinhos de “esplanada” ou considere-os ainda “só para senhoras”. Da minha parte, como mulher, agradeço associarem-nos a vinhos tão atrevidos!
E é isso mesmo que os vinhos rosé são hoje em dia. Atrevidos porque reclamam o seu lugar à mesa, entre os vinhos Brancos e Tintos.
Se outrora eram vinhos ligeiros, sem grande riqueza aromática ou gustativa, de sabor doce a lembrar um rebuçado de morango e quase sempre com a presença de gás carbónico, ou seja, gaseificados.
Hoje, na sua maioria são vinhos com boa presença de cor, aroma e sabor, predominantemente secos e sem “borbulhas”. E são raros os produtores de vinhos portugueses que não tenham um vinho Rosé no seu portfolio… dizem que estão na moda.
Na verdade, o vinho rosé não encaixa numa única categoria, ou estilo, há hoje até vinho do Porto rosé!
Cavalheiros que leram o e-book Provar Vinhos Como Um Profissional ou fizeram os meus cursos online sobre vinhos, abandonem ideias preconcebidas e bebam vinho Rosé!
Os vinhos Rosé são perfeitos para os dias quentes, uma vez devem beber-se ligeiramente refrescados (6-9.ºC), acompanham bem as refeições ou petiscos habituais desta altura do ano, pois são muito fáceis de casar, gastronómicamente falando.
Como se faz vinho rosé? É um vinho que é definido pelo processo de vinificação e não pelo tipo de uva. Faz-se a partir de uvas tintas e por métodos diferentes. O mais usual, começa por uma maceração de algumas horas ou dias do sumo das uvas com as películas (onde está a matéria corante). Após a separação das partes solidas e líquida a fermentação arranca.
Deixa-te de ideias preconcebidas e este Verão bebe vinho rosé!
Eis cinco razões para o fazeres.
1) Os vinhos rosé são perfeitos para os dias quentes, visto que devem beber-se ligeiramente refrescados (6-9.ºC). Serve em copo de vinho branco;
2) Acompanham bem as refeições ou petiscos habituais desta altura do ano, pois são muito fáceis de casar, gastronomicamente falando;
Um vinho Rosé tanto pode acompanhar umas gambas Al Ajillo, como umas sardinhas assadas ou um Carpaccio. Uma simples salada de atum com alface crocante e um toque de maionese pisca o olho a um Rosé seco!
Se do forno sair uma Pizza, sobretudo as de vegetais, neste caso com um Rosé não necessariamente seco. E se quiseres aventurar-te pela gastronomia Indiana, Tailandesa ou Mexicana, um vinho Rosé com açúcar residual bastante evidente, isto é, doce, fica igualmente bem.
3) Na sua maioria têm preços atractivos;
4) Muitos rosés são hoje vinhos sofisticados, por vezes mono-casta, de variedades de renome, como a Touriga Nacional.
Contudo sim, é verdade, o “tradicional” vinho rosé, doce e gaseificado continua a existir, e ainda bem, são esses que ficam habitualmente muito bem com qualquer tipo de prato picante.
A última dica de harmonização, por hoje… a regra da cor. Tudo que seja de cor rosa, como lagosta, camarões, fiambre, carne de porco fica bem com um copo de vinho Rosé.
A riqueza de cor num vinho rosé, ou a falta desta, não é uma característica que nos garanta o sabor seco. Mais uma vez, chamo os vinhos rosés de atrevidos, porque faltando esse tipo de informação no rótulo, não temos outra hipótese, senão a de os provar.
Os vinhos Rosé são divertidos e descomplexados, dão “cor” a uma festa. São versáteis e acompanham na perfeição, variadíssimos pratos, com destaque para a cozinha mediterrânica, casam com o alho, o azeite e as aromáticas, tão presentes na nossa gastronomia, e também com marisco e vegetais.
Apesar de um ligeiro declínio de 1% em 2019, o consumo mundial de vinho rosé está no geral em crescimento. Em 2019, o consumo de rosé totalizou 23,5 milhões de hectolitros, ou seja, mais 23% que o consumo em 2002.
A produção de vinho rosé nem todos os anos, está a par da procura e também em 2019, a produção total de vinho rosé não foi suficiente, após o crescimento positivo de 2018. O mesmo já tinha acontecido em 2017, sobretudo devido à quebra de produção em França.
A França é de longe a líder e já se confirmou como produtor e exportador de rosés premium, com um preço médio de € 3,75 por garrafa de 750 ml em 2019.
Aliás, em 2020 o vinho estrangeiro mais consumido em França foi (soar de tambores…) o nosso Mateus Rosé.
Sabias que: O vinho rosé é certamente a bebida 'instagramável' do Verão. Quase 8 milhões de fotografias no Instagram são marcadas com #rosé.
Contudo, eu tinha prometido “5 razões”, ainda falta a quinta, e esta razão é mesmo atrevida…
5) Utiliza vinho rosé em Cocktails.
Sim! Porque não?
Os vinhos rosés com os seus sabores a frutos vermelhos frescos são perfeitos a combinar com espirituosos (vodka, gin, rum, tequila) e quase qualquer outro ingrediente adicional ao Cocktail, desde frutas, ervas aromáticas a especiarias.
É suposto os Cocktails serem divertidos, tal como o vinho. Porque não juntar ambos?
Partilho a receita Colleen Graham de uma sangria, para fazeres num jarro e partilhares com os amigos à mesa ou à beira da piscina.
Sangria Rosé com Framboesas e Limão
(8 doses)
1 garrafa de vinho rosé
360 ml limonada
250 g framboesas
2 limões
360 ml Ginger Ale
Xarope de açúcar
Framboesas e rodelas de limão para decoração
De véspera mistura num jarro a limonada com o vinho rosé.
Adiciona as framboesas e os limões às rodelas.
Adoça a gosto.
Deixa repousar no frigorífico.
No momento de servir, adiciona o Ginger Ale.
Em cada copo coloca uma rodela de limão e algumas framboesas.
A minha melhor recomendação (além de mantê-la sempre fresca) é preparares de véspera dois jarros. Além de colorida, esta sangria é refrescante com um toque doce que todos vão gostar e querer repetir, além que é muito fácil de fazer.
E agora, vais celebrar o Verão de 2021 com um copo de vinho rosé, ou um de sangria?
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